No tempo em que Jesus nasceu, quatro reis saíram do Oriente para visitá-lo. Três andavam sempre junto e o quarto sozinho e sempre que este recebia a notícia de onde Jesus estava, para lá se dirigia, mas sempre chegava atrasado e não o encontrava mais no lugar informado.
É sabido que o quarto rei era muito rico e havia comprado muitas pedras preciosas para presentear Jesus. Mas pelo caminho onde passava sempre ia se deparando com cenas tristes, eram os pobres e miseráveis que encontrava necessitando de ajuda. E assim ia vendendo suas jóias para socorrer esse povo cheio de necessidades, demorando-se bastante em sua jornada.
E assim se passaram trinta e três longos anos sem que o rei tivesse a chance de ver Jesus, até que finalmente, de todo o seu tesouro, só lhe restava uma única pedra preciosa.
Um dia, exausto e já próximo a Jerusalém alojou-se em uma pousada para pernoitar. À noitinha, do lado de fora ouviu dolorosos soluços. O Rei levantou foi ver o que acontecia e viu uma mãe apertando seu filhinho ao peito para que ele lhe sugasse a última gota de leite e não morresse de fome. Ela estava aos prantos, pois há dias nada comia.
O Rei sabedor do fato, penalizou-se por demais. No dia seguinte, vendeu a última pedra preciosa para amparar mãe e filho, depois montou em seu camelo e partiu para Jerusalem, pois ficou sabendo que Jesus lá se encontrava.
No caminho chorou amargamente, por que nada mais tinha para dar a Jesus quando com ele se encontrasse. Queria vê-lo de qualquer forma, mesmo nada mais tendo para lhe dar.
Mas teve uma notícia muito, muito triste: Jesus, exatamente naquele dia havia sido crucificado e o Rei chorou amargamente e olhando para os Céus, em soluços disse:
-Meu grande e amado DEUS, perdoa-me, falhei na maior missão da minha vida, pois com toda a riqueza que possuía não consegui encontrar teu filho Jesus em nenhum lugar e quando finalmente o encontrei, estava morto. Não consegui chegar a tempo para cumprimentá-lo nem tinha mais recursos para salvá-lo.
Nesse momento, no seu íntimo ouviu uma vós que dizia:
- Meu filho amado, tu me encontraste muito cedo e antes do que imaginas; todos aqueles que de alguma forma amparastes pelo caminho era a mim que estavas amparando.
- Não percebestes quando alimentastes aquela criancinha esfomeada a qual com um brilho nos olhos te ofereceu um sorriso de gratidão? Você nem notou a felicidade imensa da sua mãe, pois estava muito ocupado em fazer o bem! Não percebestes quando socorrestes aquele enfermo na estrada deserta e abandonado por todos, deste-lhe abrigo e curastes suas feridas?
- Todo bem que fizeste aos outros a mim o fizeste, apazigua teu terno coração, pois por teu imenso amor sempre estive contigo, e em ti habitarei para sempre.
********************************
A ideia central do conto é anônima. Reescrito e adaptado segundo a visão de Vicente Almeida
04/09/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário