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O LABORATÓRIO SIDERAL leva até você, somente POSTAGENS de cunho cultural e educativo, que trata do universo; das gentes; das lendas; das religiões e seus mitos, e de forma especial, dos grandes mistérios que envolvem nosso passado. Contém também muitos textos para sua meditação. Tarefa difícil, mas atraente. Neste Blog não há bloqueio para comentários sobre qualquer postagem.

A FOTO ACIMA É A VISÃO QUE TEMOS DO NOSSO INCANSÁVEL PICA PAU, ABUNDANTE AQUI NA MATA DA NOSSA "VILA ENCANTADA".

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A DIVINA COMEDIA - PAUSA PARA MEDITAÇÃO - Por Vicente Almeida

Suspenderemos a publicação da "Divina Comédia", poema de Dante Alighieri, por trinta dias para o leitor, se assim o desejar, meditar na trama imaginada pelo autor.

Dante em seu poema, de posse do conhecimento da cultura do inferno segundo o cristianismo, imaginou e estabeleceu um inferno e um círculo de sofrimentos eternos conforme a magnitude de cada crime, para cada alma que em vida praticou atos criminosos ou desabonadores contra si ou seu semelhante. 

Muitas dessas almas, quando em vida foram seus desafetos, outros eram tão maus que seus atos criminosos se tornaram conhecidos por todos. Os papas não escaparam da sua investida. Para completar a obra, Dante incluiu também figuras mitológicas e imaginou círculos com sofrimentos cada vez mais aterrorizantes e os localizou em áreas cada vez mais profundas em direção ao centro da terra, onde residia, segundo ele, o chefe dos poderes infernais o qual passava o tempo todo devorando almas. Mas isso ficará para as próximas postagens a partir de março.

Claro que o inferno definido por Dante, como um lugar de eterno suplício, não existe por que o sofrimento não é eterno. Um dia esse sofrimento cessará, entretanto, o inferno e o céu continuarão a existir dentro de cada um de nós, tornando-se cada vez mais presente, conforme nossos atos se revelam prejudiciais ou benéficos contra nós ou nosso próximo.

Não se iluda, todo e quaisquer atos tem consequências. Poderemos ser bem ou mal sucedidos no decorrer da nossa existência, a paz ou sofrimento prolonga-se além-túmulo, tudo conforme a lei eterna e imutável de AÇÃO E REAÇÃO.

Muitos, ainda em corpo material, vêem sua vida despencar até o fundo do poço, ou se erguer das cinzas até os píncaros da glória conforme a máxima de Cristo: "A cada um será dado segundo suas obras".

De acordo com os evangelistas, Jesus sempre falava "Faça aos outros o que queres que te façam", logo não existe sofrimento sem causa nem benefício sem merecimento.

Não devíamos esquecer que, sendo Deus infinitamente misericordioso, não poderia criar ou permitir a existência de um local de suplício eterno. Deus é infinito em todos os seus atributos. Não pode errar ou se arrepender. Suas leis são eternas e imutáveis.

Quando Deus disse: Façamos o homem a nossa imagem e semelhança não quiz dizer que ele, o homem, teria semelhança com Deus, mas o seu espirito ou alma - aquele ser imaterial que anima o corpo humano, seria eterno como Deus é eterno. Essa é a única semelhança do homem com Deus.

O homem, um ser carnal,jamais poderia ser semelhante a Deus um ser espiritual. O leitor somente poderá compreender essas coisas se meditar sobre elas, despojando-se dos mitos e das ideias preconcebidas.

O leitor poderá questionar: "Mas está na Bíblia!"

- E respondo - Sim, está escrito na Bíblia, mas a Bíblia foi escrita por homens, muitos homens no decorrer dos milênios e de princípio não era uma Bíblia, eram várias histórias da saga de um povo que posteriormente, com o advento do cristianismo, foram compiladas e organizadas em um único livro. Paralelamente aos hebreus, israelitas e judeus outros povos existiram em várias partes do planeta e também narram sua versão da história.

Esses escritores se limitaram a narrar sua trajetória terrena em diferentes épocas, e como acreditavam em um ser sagrado, com muito poder - Deus, às vezes em suas narrativas o apresentavam ora como um milagreiro, ora como um ser cruel e vingativo, ora agindo com parcialidade, tendencioso, prestigiando um povo em prejuízo de outros. Um Deus que mandava seus protegidos invadir terras e matar mulheres e crianças.

Esse era o Deus daquele povo, rude e cheio superstições. Dante também acreditava que Deus abandonava seus filhos pecadores, sua criação, entregando-os de bandeja ao demônio  - um mito, para fazer o que bem quisesse com eles por toda eternidade, POOODE? É aqui que mora o problema: Um mito - O demônio, no cristianismo foi elevado a super star e tem mais poder do que Deus, um ser real.

Felizmente o meu Deus é outro, é magnânimo, é misericordioso, é infinitamente justo e isto me basta para perceber sua presença e adorá-lo, independente de quaisquer credos religiosos.

É possível que Dante acreditasse em tudo que escrevia e descrevia em sua visão imaginária. Mas não é admissível para nós, habitantes do terceiro milênio, senhores de tecnologias avançadas e melhor conhecimento da Divindade, acreditar hoje na aplicação de penas eternas, após uma curta existência de dez, vinte, trinta ou cinquenta anos, durante os quais praticou alguns atos de maldade. 
Escrito por Vicente Almeida
06/02/2014

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