OBRIGADO PELA VISITA

O LABORATÓRIO SIDERAL leva até você, somente POSTAGENS de cunho cultural e educativo, que trata do universo; das gentes; das lendas; das religiões e seus mitos, e de forma especial, dos grandes mistérios que envolvem nosso passado. Contém também muitos textos para sua meditação. Tarefa difícil, mas atraente. Neste Blog não há bloqueio para comentários sobre qualquer postagem.

A FOTO ACIMA É A VISÃO QUE TEMOS DO NOSSO INCANSÁVEL PICA PAU, ABUNDANTE AQUI NA MATA DA NOSSA "VILA ENCANTADA".

sexta-feira, 21 de junho de 2024

A FÉ DE UMA CRIANÇA - Por Vicente Almeida


mais de cento e quarenta anos, Várzea Alegre era apenas uma pequena vila de uns duzentos habitantes, perdida na imensidão de terras devolutas no sul do Ceará, onde só se chegava em lombo de animal ou a pé, e naqueles longínquos tempos havia grandes secas, de forma que os seus habitantes de tempos em tempos sofriam grandes privações.

Em um daqueles períodos de seca, já havia uns quatro ou cinco anos sem chover, não sei ao certo.

Um passarinho me contou a seguinte história.

Várzea Alegre possuía uma pequena capelinha, onde todos os domingos o padre Morais, sacerdote ali residente e único em uma extensa região fazia sua celebração dominical. A freqüência à pequena capela aos domingos era como em um dia de festa, a maioria dos habitantes se fazia presente.

O fervoroso sacerdote, vendo o sofrimento daquele povo e sem saber mais o que fazer, em virtude da grande seca, convidou a comunidade para em procissão, ir fazer uma prece lá no Vale do Machado, que era o lugar mais verde e fértil daquele vilarejo, mas agora estava esturricado.

Na sua homilia, o padre argumentava, que lá no Vale do Machado era um ótimo lugar para pedir a Deus, chuvas em abundância, e Deus vendo o Vale ressecado teria dó do sofrimento do povo, e mandaria a chuva.

Todo mundo cheio de fé, e acreditando na idéia do padre aceitou fazer a romaria, e foi nomeada uma comissão para organizar o evento.

A chefia da comissão foi entregue a Mundim do Vale, que convidou Sávio Pinheiro, Israel, Claudio Sousa, Magnólia, Didi Morais, D. Tonha, Giovani Costa, Francisco Gonçalves e Rolim para o auxiliarem na organização da grande romaria.

Era uma comissão muito grande por que todo mundo ansiava pela chuva, e acreditava que o padre Morais tinha razão, era preciso fazer alguma coisa diferente para chamar a atenção de Deus.

E no dia programado, às seis horas da manhã, já estavam todos na capelinha de São Raimundo Nonato. O Padre Morais foi o primeiro a chegar. O sol estava tinindo já naquelas horas, era o período invernoso... E nada de chuva.

O fato é que todos observaram a chegada de um garoto de uns nove anos, chamado João Pedro, e riram dele, pois, vinha todo agasalhado, um grande chapéu e ainda sob a proteção de uma capa de chuva, improvisada por sua mãe Micaelli, por insistência dele. Ela no princípio estranhou o pedido do menino, mas o pai Menezes pediu que ela atendesse o filho.

O padre vendo aquela arrumação exclamou: Você está doido meu filho, você não vê que o sol já a esta hora, arde na pele da gente?

O João Pedro respondeu, mas padre estou muito gripado e se vamos pedir chuva a Deus, já imaginou quando estivermos voltando lá do Vale do Machado, todo encharcado? Vai ser aquele toró e preciso estar bem abrigado.

Mesmo assim é loucura, não vê que tá todo mundo mangando de você? Olhe pro sol menino!

João Pedro disse: Mas padre, e nós não vamos buscar chuva? Insistia o garoto.

E lá se foi a grande procissão, todo mundo cantando, era uma longa viagem de uns quatro quilômetros, mas todos suportaram.

Em lá chegando começaram a orar. Instantes depois, o céu foi se dobrando em véu, e nuvens começaram a correr pelo azul celeste, escondendo o astro-rei. Em alguns instantes escureceu.

Um pequeno e tímido trovão ressoou no Vale, e o primeiro pingo de chuva caiu na cabeça do Senhor José André, um senhor idoso e muito experiente e que por coincidência era o pai do padre Morais. Então ele arregalou os olhos e num misto de intensa alegria gritou: Ooolha a chuuuuva chegandooo aí geeente!

Ninguém tinha onde se esconder, pois o Vale do Machado, era um grande e descampado baixio, e a chuva começou a cair em intensidade, e escorrer por todo o Vale e por toda a Região.

O João Pedro, vendo a correria do povo para se abrigar, nem ligou, só fez rir e interrogou: Vocês vieram pedir chuva e não vieram preparados?

E os rios transbordaram, e nos dias seguintes os pássaros se alegraram sem parar, e os sapos entoaram seus cantos, e a natureza ficou em festa. E o brilho da alegria retornou aos lares, e o contentamento das pessoas externava um permanente agradecimento e louvor a Deus.

O inverno naquele dia começou, e a safra do ano e dos anos seguintes foi grandiosa, produziu tanto cereal que passou a ser conhecida como a terra do arroz.

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Você está pensando que foi a romaria que trouxe a chuva. Pois se enganou! Foi simplesmente a fé incontestável de uma criança de nove anos.

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História e personagens fictícios, qualquer semelhança com fatos e pessoas, terá sido mera coincidência. SERÁ???

Escrito por Vicente Almeida

em 06/10/2011

domingo, 16 de junho de 2024

 E OS AMENDOINS? -Por Vicente Almeida 

 

Como moramos em uma chácara, nossa querida Vila Encantada, a Valdênia que gosta muito de agricultura e sempre está as voltas com alguma plantação, certa vez resolveu experimentar o cultivo do amendoim.

 

E o Beto nosso zelador, oriundo das favelas lá de São Paulo, Veio morar conosco aos 18 anos, e não sabia o que era uma roça, nada entendia de agricultura, mas era muito disposto aceitando todas as tarefas que ela lhe indicava na casa e na roça.

 

Pois foi ele a vítima para plantar o amendoim!

 

Ela mandou que o Beto providenciasse para plantar meia tarefa de amendoim. Com a orientação dela, ele fez com muita satisfação. Plantou, irrigou, limpou... E o tempo passou! E ele sempre pela roça, olhando atento para ver o primeiro cacho de amendoim brotando.


beirando os noventa dias ela perguntou: 

 

- Beto e os amendoins já têm cacho? E ele respondeu: 

- Não, senhora, mas todos já têm fulor e num vi nenhuma bagem ainda! 

 

Mais trinta dias se passaram e ela perguntou novamente, Beto e os amendoins? e ele respondeu: 

 

- Olhe sá dona, as fulor caíram tudim e nada de amendoim, tem pé

que que eu tô é com pena pru que tá muchano, e ói que agôo direto. 

 

- Beto então já está tudo bom de colher, disse ela!

  

- Mas Dona Valdena, num tem um cacho e fiz tudo dereitinho como a sinhora mandô! Exclamou preocupado, ansioso e com medo quando ela visse os pés murchando.

 

- Então vamos lá que quero ver de perto – Isso é muito estranho!

 

E sairam, um na frente outro atrás.

 

Chegando na roça ela arrancou um pé de amendoim e viu que a raiz era uma beleza de cacho. Ele entre surpreso e admirado falou:

  

- Ah bom, eu tava esperano eles cachear que nem o arroz! 

- Eu não sabia que a gente comia era a raiz.


Escrito por Vicente Almeida

em 13/08/2012

sábado, 15 de junho de 2024

 

PROJETO DE POSSIBILIDADES - Por Vicente Almeida

 

Quando iniciamos a vida, cada um de nós recebe um bloco de mármore e as ferramentas necessárias para convertê-lo em escultura. Richard Bach.

Poderemos arrastá-lo intacto a vida inteira, poderemos reduzi-lo a cascalhos, ou poderemos dar-lhe uma forma gloriosa. Richard Bach.

O texto acima me conduziu a uma profunda meditação.

Quantas pessoas durante sua vida inteira passam sem se preocupar em ter um único projeto sobre o seu futuro, vivendo cada dia conforme a maré, não se habilitando, não se esforçando e não se programando para obter dias melhores?

Queixam-se da sua má sorte, estão sempre no maior miserê e em sua casa é uma fartura só – “Farta tudo”.

Em meio a essas dificuldades, ao invés de se preparar para obter o necessário através do trabalho recorrem aos Santos com promessas as mais indecorosas. Indecorosas sim, porque procuram um santo, não por devoção, mas por que alguém lhe disse que ele é milagreiro na área de suas necessidades.

Então faz uma negociata: Se o senhor santo me arranjar um emprego eu farei isto, se me curar farei aquilo, e por aí vai. Mas nada de se esforçar para obter resultados pelo trabalho, enquanto os pais que já deviam ter cortado o cordão umbilical continuam mantendo esse desequilíbrio.

Esquecem ou desconhecem que somente o trabalho enobrece e cura as doenças oriundas da preguiça, da malandragem e da dependência familiar.

Ao conseguir um emprego, está mais preocupado com o quanto irá receber do que com a atividade a desempenhar, e já começa a gastar por conta do que ainda vai receber. Não tem compromisso com horário de trabalho, acha que chegar atrasado não tem a menor importância.

Pois eu digo que para ter sucesso é preciso ter um "Projeto de Possibilidades", isto é: Ter um ideal, planejar algo que resulte em benefícios futuros, a curto médio ou longo prazo, sem forçar para que tudo aconteça segundo a sua vontade, em tempo menor do que seria possível.

Observo pessoas se queixando da má sorte, sem nada fazer para obter sucesso. Estão preocupados demais em viver cada momento na mordomia e diversão em criticar o status dos outros esquecendo a si mesmos.

Escrito por Vicente Almeida

Em 15/06/2024

terça-feira, 11 de junho de 2024

 O TANGEDOR DE PREÁ - Por Vicente Almeida


Já ouvi tanta mentira

De contador de história

Se não me falha a memória

Vôte, vai-te, sai pra lá

Pois tangedor de preá

Essa é a primeira vez

Mas digo aqui pra vocês

O Morais é verdadeiro

E a mão DELE no fogareiro

Boto sem pestanejar.


Tá certo, o Cláudio não confirmou.

Luiz Lisboa estranhou

Por certo ele não gostou

De tanta judiação

De Várzea Alegre ao sertão

Conduzindo uma manada

E ainda diz que a preazada

Chegou contente ao destino

Isso é invenção de menino

Êita mentira danada.


No início acreditei

Em sua história ladina

Esqueci que sua sina

É divertir eu bem sei

E antes que eu me cale

Vou chamar Mundim do Vale

Se confirma ou desconfirma

Se afirma ou não afirma

Antes que o povo se abale.


Escrito por Vicente Almeida

em 02/10/2010

Terça-Feira 11/06/2024

A BARREIRA DO ADEUS - Por Vicente Almeida



VIAJE NO TEMPO E CONHEÇA VÁRZEA ALEGRE  
                            
 Como escrever sobre Várzea Alegre é uma arte, cuja competência é daqueles que mais conhecem o cotidiano do município, no que se refere a sua gente, genealogia, atos, fatos e personagens folclóricas. Só mesmo um Varzealegrense para dissecar o passado glorioso de personagens que fizeram época. E para isto, o Antonio Alves de Morais encabeça direitinho uma plêiade de colaboradores cheios de amor e orgulho pelo seu torrão natal, pedaço de chão, abençoado por São Raimundo Nonato. Desses colaboradores, procedem as mais belas histórias, contos, causos, poemas e poesias sobre o lugar.

Fiquei matutando sobre o que deveria escrever, qual seria a minha linha de postagens, Armando Rafael escreve sobre política e temas do império, que se diga de passagem, é vidrado e exímio conhecedor da matéria. O Carlos Esmeraldo escreve também sobre política além de muitos contos sobre fatos históricos de sua vida, como exemplos de perseverança, amor e honradez juntamente com a Magali. e nesta parte suas narrativas são cheias de carinho. A gente sente isso. O Dihelson Mendonça, marca sua presença com temas jornalísticos, além de belas fotos e muitos causos do quotidiano, e ainda é o mantenedor da Rede Blog do Cariri. Temos a Claude Bloc, musa que nos delicia com a revelação de seus causos e dotes poéticos, além de fotográficos, que são de tirar o folego.

Aparentemente isolado, estou eu tentando postar matérias diferentes das já em pauta diariamente. Procuro escrever sobre temas de cunho filosófico-educativo. A intenção é fazê-las um pouco mais duradouras na memória dos leitores, esperando que elas produzam bem estar e integração no convívio social. 

A inspiração para escrever, não me vem na hora que quero. Ela chega sempre naturalmente e inesperadamente. As vezes quando estou a caminho para algum lugar. As vezes algo que vi ou uma conversa que ouvi, podem servir de tema para o meu pequeno conto. Então rapidamente faço uma anotação para lembrar o assunto que devo abordar ao escrever. Depois, em casa, começo a montar um texto e formatá-lo, até estar completamente pronto para publicação. Isto pode levar uma tarde ou vários dias.

A minha exigência maior, é comigo mesmo; Preciso escrever algo que valha a pena.

Gosto muuito de falar sobre Religiões, espiritismo, filosofia, astronomia, amor e fé, não para questionar, mas, para juntos nos ajudarmos a esclarecer pontos obscuros em nosso raciocínio. Meu tema favorito é o amor, e tudo que venha a escrever deve girar em torno disto, para que o leitor sinta-se honrado e não agredido. 

Verdadeiramente não gosto de escrever sobre temas políticos, pois sempre envolvem corrupção, agressão e mal estar. Isto todo mundo já faz e me dá uma canseira enorme, por que sei que toda a discussão oriunda de questionamentos políticos resulta em zero benefício, é improfícua e trás mal estar para o lado oposto.

Mas, como estamos no Blog do Sanharol, o qual foi criado para dissecar a história de Várzea Alegre, devo dizer que Atualmente temos três datas de altíssimo significado histórico, na sequência: Carnaval; Festa de São Raimundo Nonato; Encontro do povo Varzealegrense em São Bernardo do Campo no Estado de São Paulo.

Minha história começa aqui:

Várzea Alegre é a única cidade do mundo que possui uma localidade denominada " A BARREIRA DO ADEUS". Dali partia o seu povo em triste despedida, demandando para as terras do sul, pressionados pelo desemprego e pela fome no século passado. Ali se registravam as maiores emoções, pois, o mesmo lugar era também o ponto de recepção dos que retornavam.

Emocionado por este fato de transcendental importância, e de pouco conhecimento dos atuais habitantes do lugar, manifestei a vontade de realizar uma viagem no tempo e visitar aquele lugar, em um dia de partida. 

Pedi ajuda ao Inventor Maluco para nos levar em seu "Túnel do Tempo" até um desses momentos de despedida. Já viajei com ele em outros momentos, mas esta, é especial, iremos ao passado, a um lugar especifico, exatamente na cidade de Várzea Alegre.

Ele concordou em nos levar. E como a Klébia Fiúza havia solicitado um ingresso para a nossa próxima viagem, solicitei que passasse lá em Portugal e a trouxesse, pois ela já estava avisada. Aqui chegando, embarcamos os três e foi só dar a partida, instantes depois, estacionamos em meados do século XX. Devo esclarecer que uma viajem no Túnel do Tempo tem a mesma velocidade do pensamento. Pense lá, e lá você estará.

Assim num vapt vupt chegamos. Estamos posicionados exatamente na "Barreira do Adeus". É um ponto empoeirado a margem da estrada, quase deserta ainda, entre as residências de João do Sapo e Zé de Ana. Identificamos as casas por que o Morais havia falado sobre seus proprietários.

Observamos que muita gente se aglomera, parecendo um dia de domingo festivo. Mas, o que vemos, é pranto e emoção. Os retirantes estão vestidos conforme suas posses, mas com vestimentas limpinhas e em sua mão uma pequena maleta ou um matulão, contendo seus únicos pertences.

Não pudemos ver o conteúdo, mas, imaginamos: uma ou duas mudas de roupa, uma escova, uma rede com lençol e na cabeça uma ideia fixa: Ganhar dinheiro no sul e vir buscar a família.

Seus familiares que ficavam: Estampavam no rosto uma grande amargura, chamada saudade antecipada, algumas mulheres em adiantada gestação, e seu olhar demonstrando profundo sofrimento, o rosto inchado, e as lágrimas não cessavam de cair de quatro em quatro, e de quebra há ainda o filhinho em seus braços, de mãos estendidas reclamando o terno abraço do pai, como a gritar "Papai não nos abandone".

Estamos vendo também muitas mães, chorando abraçadas aos filhos ainda menores de idade que também irão partir. Elas parecem pretender transformar aquele momento, em uma eternidade, mas, infelizmente, o caminhão Pau de Arara, buzina ao longe e aponta na curva da estrada, e se aproxima.

HORA DO ADEUS. Agora estamos observando os retirantes procurando sua acomodação nos duros bancos daquele coletivo primitivo coberto pela poeira da estrada. A única coisa equilibrada entre os que ficam e os que vão é que todos estão de coração partido, com exceção dos casais que deixam a terra natal juntos.

O caminhão engata a marcha de partida e vai saindo de mansinho. O choro aumenta, e gritos desesperados das crianças retumbam, são dezenas de mãos de mães, esposas e filhos aflitos, acenando com o olhar fixo naquela maquina que para longe está levando parte de seus corações.

Agora o caminhão já se aproxima da curva para desaparecer em definitivo... Já não o vemos mais. Eles levariam algumas semanas para chegar ao destino.

A Klébia Fiúza, atenta a todos os detalhes e sendo, ela de Várzea Alegre do futuro, ficou emocionada demais e chorou. Tive que ampará-la e esclarecer que aquela cena, havia passado a mais de 50 anos. Mas, ela me chamou a atenção também para outro detalhe. Pedindo que eu observasse atentamente um casal de jovens enamorados que tinham uma incrível semelhança com ela, e me sussurrou: Vicente Almeida, esse casal ali, parece demais comigo, puuuxa vida.

Olhei com um olhar perscrutador e deduzi que provavelmente, seriam eles seus pais no futuro, pois, ela possuía as feições misturadas de um e de outro.

Após nossas observações retornamos e estamos aqui narrando os fatos. Maiores detalhes poderão ser fornecidos pela Klébia que conhecia muuito bem o lugar. Eu estava lá, mais como olheiro e pesquisador.

Em outras viagens no túnel do tempo, ficamos sabendo que essas partidas ocorreram muitas vezes naquele mesmo lugar, e com as mesmas características. Entretanto os últimos retirantes já viajavam com certo conforto em um transporte denominado sôpa. Era um caminhão, cuja carroceria foi substituída por uma grande boleia de aço toda fechada, com bancos acolchoados e muito confortáveis para a época. Foi o antecessor do ônibus.

Em São Paulo, uma cidade chamada São Bernardo do Campo, despontava para a indústria automotiva e cada grupo que chegava tinha emprego garantido. Hoje há mais de quinze mil varzealegrenses lá. Mas, isto será tema para outra história.

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Escrevi esta história,  dedicada a todos os varzealegrenses espalhados por este belo planeta, e com especial carinho a todos os colaboradores deste Blog, Varzealegrense ou não.

Nota do Escritor: O Inventor Maluco e a história nasceram no meu imaginário. considero-o um amigo que encontrei ao sair de férias e visitar um país distante onde falavam um idioma parecido com o nosso.

 visitei a cidade dos inventores. Havia um que me chamou a atenção por que ninguém o visitava. Me explicaram que o chamavam de Inventor Maluco, por que ele dizia poder viajar no tempo, por isto todos zombavam dele.

Fui então visitá-lo no Pavilhão destinado a sua oficina e comprovei que ele era um sábio perdido no meio de pessoas incultas. Fizemos grande amizade e ele me convidou para uma rápida viagem no tempo. Receoso concordei! Como poderia dizer não a um Inventor Maluco? Depois daquela viagem que escrevi com o título "Túnel do tempo", ele passou a me visitar com frequência aqui na Vila Encantada e de vez em quando singramos o passado em sua nave do tempo. Nunca me disse seu nome verdadeiro, até parece que gosta de ser chamado de "Inventor Maluco."

Ao nos despedirmos ele me falou que em nossas futuras viagens no tempo, sempre poderei levar alguém. Você aí que está finalizando esta leitura, poderá ser o próximo. Fale comigo e o incluirei na próxima excursão no tempo. Só temos três lugares e só poderemos levar um convidado de cada vez.

Escrito por: Vicente Almeida
          Publicado nos Blog do Sanharol e Blog do Crato
          Em 04/04/2011


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OBS: Os comentários a seguir, foram extraídos desta postagem no Blog do Sanharol. Somente hoje, 13 anos depois, resolvi publicar neste blog.

12 comentários: 


Sávio Pinheiro disse... 

Vicente,

Estou emocionado, aqui na base da Barreira do Adeus, junto a pista em que pousou esses dois passageiros do tempo (Você e a Klébia), trazendo notícias de um passado forte e glorioso.

Parabéns pelo conto e um grande abraço. 

4 de abril de 2011 11:36 

 

Luiz Lisboa disse... 

É Vicente: dessa barreira vi muitos partir,um dia eu também parti de lá, e agora com os olhos cheio de lagrimas quase não consigo ler este texto.

Um abraço Vicente. 

4 de abril de 2011 12:02 

 

Artemísia disse... 

Vicente, eu parti em circunstâncias diferentes e para o Rio de Janeiro há trinta anos. Minhas memórias se encontram no Artemísia palavras palavras. 

Por isso, muito me emocionei com o seu conto.

Parabéns. 

4 de abril de 2011 13:04 

 

Klébia Fiuza disse... 

Vicente, estou em lágrimas.....

Uma viagem maravilhosa a um passado onde tenho minhas raízes, meu povo e minhas lembranças... Viajei nesse lindo texto e revivi cada momento, cada saudade e cada esperança no coração dos que partiram.... Sou esse coração.

Brigada pela carona, pela companhia.

Deus te abençoe companheiro e, sempre que tiver uma vaguinha, passa por aqui, será uma grande alegria, um grande prazer fazer outra viagem no "Túnel do Tempo".

Manda um beijão ao inventor maluco. 

4 de abril de 2011 13:17 

 

Blog do Sanharol disse... 

Vicente.

Só agora acessando o Blog e encontrando este seu belo conto. Você descreve uma realidade mais legitima do que era o fato. Ali naquele lugar identificado na postagem anterior, entre as casas de João do Sapo e Zé de Ana era o ponto de despedido e de chegada dessa gente querida, amiga e amada. Com o tempo passou a ser rotineira e natural, mas no inicio meu camarada era muito difícil: Não havia um que não chorasse. Parabéns pela bela postagem. 

4 de abril de 2011 13:50 

 Rolim disse... 

Vicente,

Você voltou trazendo muitas emoções! Você é genial. As suas postagens fazem bem a todos nós que as lemos. Sentimos segurança naquilo que você transmite para nós. Parabéns e abraços. 

4 de abril de 2011 13:52 

 

Pedrinho do Sanharol disse... 

Prezado Vicente.

Nas décadas de 50, 60, 70 do seculo passado, as famílias de Várzea-Alegre eram interligadas entre si, especialmente as do Sanharol. Todo sentimento de tristeza que acontecesse com uma respingava nas demais. A Barreira do Adeus era o ponto de partida e de chegada. Chagas Bezerra dizia que seus ônibus levavam os iludidos e trazia os desiludidos, eu digo que São Bernardo abrigava a todos. E assim todos encontraram trabalho, constituíram família digna, alguns voltaram outros permaneceram por lá até hoje, felizes e muito bem de vida com a paz de Deus.

Abraços a todos. 

4 de abril de 2011 14:44 

 klebia Fiuza disse... 

Vicente, acredito que o que vem ao papel sai da alma e os seus textos revelam que você é um ser humano com um coração muito generoso. Hoje, diante da preocupação exposta por você em escolher sua linha de postagens de forma a não abordar alguns assuntos desagradáveis, que ferem e causam mal estar ao lado oposto e resulta em zero benefício a leitura desses, aumentou muito o conceito de bom moço que fiz de sua pessoa.

É isso companheiro de viagem, continue a escrever algo que valha a pena, que encha os olhos e o coração do leitor.

Parabéns e deixe sempre que esta "exigência" faça parte da sua inspiração para compor belos contos.

Beijos do outro lado do Atlântico. 

4 de abril de 2011 15:28 

 Claude Bloc disse... 

Chegando a Sobral e encontrando aqui este conto emocionante no qual também fiz parte como passageira da alegria.

Vicente, você emocionou a todos, com sua sensibilidade e gentileza, com sua clareza e simplicidade. 

Tocou nas saudades, nos sentimentos mais comoventes: são selos da alma, marcas da vida.

Maravilhoso texto!

Abraço,


Claude - Flor da Serra Verde. 

4 de abril de 2011 21:51 

 Vicente Almeida disse... 

É...

Sávio:

Um lugar como este, não pode ser esquecido.

Luiz Lisboa:

Até o nome: "BARREIRA DO ADEUS" é poético, é romântico, por que de lá, muitos varzealegrenses partiram em sofrimento e retornaram em glória.

Artemísia:

O Sul abriga muitos nordestinos, mas, só poderemos exaltar o povo, do qual tomamos ciência de sua bravura, e o Varzealegrense é hoje uma fatia do meu coração, e muito me honra falar sobre essa gente.

Klébia:

Você foi uma excelente companheira de viagem, e o Inventor Maluco solicita que eu te agradeca por haveres lembrado dele. Ele disse que foi a primeira vez que uma mulher entrou em sua nave do tempo, e gostou muito da sua companhia. Falou que você é muito emotiva, e ficou preocupado quando viu suas lagrimas e ouviu seus soluços ao ver o passado se desenrolando diante dos seus olhos.

Escrever é uma arte que aprendemos no decorrer do tempo, e você tem toda razão, o que escrevemos é sempre ditado pelo coração. Por isto Jesus dizia "A boca fala daquilo que o coração está cheio".

Morais (Blog do Sanharol):

A "Barreira do Adeus", pode até parecer um lugar isolado e esquecido, mas, os acontecimentos que lá se passaram, mudaram o sentido da vida de muitas famílias, e vale a pena resgatá-la.

Rolim:

Vocês, ao comentarem esta postagem, estão acrescentando a ela, todo o amor que sentem pela sua cidade natal, e isto me deixa muito feliz.

Pedrinho do Sanharol:

Suas palavras enriquecem a postagem,e me traz novas informações que vou colocando na prateleira do saber, para outras oportunidades.

Claude - Flor da Serra Verde:

Passageira da alegria. Antes, éramos dois estranhos a Várzea Alegre. Agora estamos habitando um cantinho do coração deles. Que bom né?

Abraço a todos

Vicente Almeida 

5 de abril de 2011 08:00 


 klebia Fiuza disse..

Sabe Vicente, nessa viagem de sonho vi um dos meus maiores sonhos se realizar. Deus usou o Inventor Maluco para me fazer crer que devemos acreditar nos nossos sonhos, que sonhar é possível.... 

Ser a primeira mulher a pisar em solo lunar, foi UM DOS meus maiores sonhos e quando vi isso ir terra abaixo desabei em choro de muita frustação. E Deus, na Sua infinita misericórdia, como forma de acalanto, me fez ser a primeira mulher a entrar na nave do Inventor Maluco, no Túnel do Tempo. Senti-me realizada, iremos comemorar esse acontecimento em grande ....... 

Ah! E diz a ele que também adoro dá grandes gargalhadas, não só choro não viu! .....kkkkkkkkkkkkkkk

Um beijo em vocês e até a próxima viagem, espero que seja em breve. 

5 de abril de 2011 12:22 

Melhor Postagem - Abril de 2011. 

Exatamente as 17,10h encerramos a votação da indicação da melhor postagem de Abril de 2011.

O resultado foi:

1º lugar - A Barreira do Adeus - Vicente Rodrigues de Almeida - 25 votos.

2º lugar - Cordel Encantado - Dr. Savio Pinheiro - 15 votos.

3º lugar - Conheça o Crato em 300 fotos - Dihelson Mendonça - 14 votos.

4º lugar - Despedida do Roçado - Mundim do Vale - 10 votos.

5º lugar - Razão e Emoção - Paulo Viana - 06 votos.

Foram registrados dezenas de postagens com um e dois votos. Parabenizamos os colaboradores pelas quase 300 postagens deste mês. A Barreira do Adeus, a grande campeã, trata-se de um apanhado, de um levantamento e estudo das histórias dos varzealegrenses que deixaram nossa terra postadas no decorrer de sua existência.

Segunda-Feira faremos a reedição da postagem e colocaremos a foto do autor na galeria de homenageados com a medalha Major Joaquim Alves.

Parabéns ao Colaborador - Vicente Rodrigues de Almeida.

Postado por Blog do Sanharol às 17:14 

4 comentários: 

 Blog do Sanharol disse... 

Parabéns ao colaborador Vicente Rodrigues de Almeida.

A Barreira do Adeus, um estudo levantado nas postagens do Blog a respeito dos nossos conterrâneos que deixaram Várzea-Alegre a procura de meios e melhores condições de vida para si e para seus familiares. Uma postagem histórica. 

30 de abril de 2011 17:41 

 Francisco Gonçalves de Oliveira disse... 

Parabéns Vicente Almeida

Uma escolha merecida, pois suas postagens são sempre bem fundamentadas e com a preocupação de não ofender o leitor. Vicente nos ensina aqui no blog o uso das reticências e ser reticente é ser prudente.

Posso lhe garantir que sou um fã seu. 

30 de abril de 2011 18:17 

 Luiz Lisboa disse... 

Parabéns : Almeidinha, veja só a intimidade Vicente Almeida! padrinho do Cícero Lisboa. 

30 de abril de 2011 18:57 

 Magnólia Fiuza disse... 

É verdade eu sei toda a história do padrinho do Cicero Lisboa que teve até uma procuração hehehe.

Parabéns Vicente pela postagem que ganhou: 

"A Barreira do Adeus" 

30 de abril de 2011 19:39 


domingo, 9 de maio de 2021

 PRECE PELAS MÃES - Por Valdênia Almeida


 Abençoa Senhor aquela mãe infeliz

Que por falta de condição

Sem permissão de um juiz

Deu seu filho à adoção

Para que ele assim cresça feliz;


Abençoa Senhor a mãe bondosa

Que sem ajuda do marido

Desditosa e sem dinheiro

Cria e educa o seu filho querido

E faz dele um engenheiro;


Abençoa Senhor a mãe aflita

Que teve o seu filho amado

Vitima de assassino

Cruel louco e desalmado

Que o deixou ferido

Ou morto e ensanguentado;


Atende Senhor o pedido que te faço

E na tua glória infinita

Não permitas que mais mães

Sofram mais tanta desdita

Nas mãos de agressores tresloucados

Insensatos, insensíveis e malfadados

Por conta de tanta e tanta injustiça.


Escrito por Valdênia Almeida

em 08/05/2011

DIA DAS MÃES - Por Vicente Almeida

 

Diante de tanta solidariedade às mães

Venho hoje prestar também minha homenagem

A mãe cujo filho lhe enriquece a alma

Mas, lembrando também nesta postagem.

A amargura do coração materno que entristecida

Foi pelo filho abandonada e esquecida

Não sabe onde anda, qual é sua paragem;


Sim... Rogo a Deus, paz e vida longa

Para todas as mães desta sofrida terra

Mas, sem esquecer aquela mãe pelos anos carcomida.

Sofrendo pelo filho que perdeu na guerra

E a enfermidade deste outro já quase sem vida

Ela ao pé da sua cama de si mesma esquecida

Chorando de dor... Seu coração de mãe não erra;


Muitas mães transbordam de alegria

Com tudo que o filho em tenra idade apronta

Aquelas outras amanhecem o dia

A porta da prisão assim que o sol desponta

Para ver o filho amado

Ali confinado

Por motivos que ela nem faz conta;


O amor pelas mães enriquece as lojas

Onde os filhos lhes compram o presente pioneiro

Já na casa de outras mães o filho chora

E elas com eles choram o desespero

De não ter o alimento necessário

A panela vazia, o coração cheio de amor e solitário.

No fogão só cinzas fogo apagado e sem brasileiro;


E hoje as mães recebem muitos abraços

Carinhos e beijos de modo ardente

Bem podiam retribuir em orações

Hoje... Neste dia somente

Em benefício das mães que vivem em constante luta

Sem lamentar o cansaço da labuta

E a orar pelos filhos de forma permanente;


Se me perguntarem: Onde estão essas mães que não se vê,

Andando nas ruas, nas praças, em qualquer parte?

Responderei: Como operárias ou domésticas

O tempo não lhes dá chances de compras e desta arte

Vivem no silêncio do anonimato, no trabalho honrado.

Conduzindo no regaço do coração o filho amado

Finalmente te digo: Mãe assim existe em toda parte.

Escrito por Vicente Almeida

em 09/05/2012


 SER MÃE - Por Vicente Almeida


SUBLIME DOM COM QUE DEUS DOTOU A MULHER


É verdade que: até hoje, não foi inventado bem maior do que um filho. Se for regado com carinho, amor e bons exemplos teremos orgulho dele.

A mãe é para o filho, sua melhor companheira, sua melhor amiga e confidente sem se deixar escravizar por suas vontades, nem aceitar passivamente seus excessos. O excesso elimina a qualidade.

Uma palavra amiga estabelece freio na desordem e um abraço carinhoso, não lhe custa um centavo sequer e a paz interior que se estabelece não tem preço.

O melhor momento, ainda é aquele que passam juntos, pois, elas não estarão por aqui para sempre.

Dizer a mãe, eu te amo, faz seu coração vibrar e se encher de ternura.

Um beijo e um abraço quando vêm de lá de dentro, curam a dor. “Por isso, valorize sua mãe.” Não leve em conta alguma contrariedade que venha a sofrer. Isto faz parte do aprendizado. 

Veja só; cada ser humano recebe os dons e habilidades de que necessita para adquirir experiências e vencer seus próprios obstáculos no decorrer da sua existência.

Se algo der errado, não terá sido por falta desses dons e habilidades, mas, porque o beneficiário desviou o seu curso. Vamos exemplificar (embora não seja necessário):

- O cantor recebe o dom da voz;

- O carregador/estivador desenvolve músculos fortes e suporta pesos acima da média;

- O médico recebe a habilidade e a capacidade para curar os enfermos e fazer verdadeiros milagres em cirurgias;

- O Professor recebe o talento para transmitir seus conhecimentos àqueles que pretendem se promover na vida.

- O Historiador vem com uma memória privilegiada e a capacidade de fazer belas e históricas narrativas;

- O Engenheiro é dotado da capacidade para calcular;

- O Sábio nasce com o dom da paciência e suas palavras são cheias de poder e sabedoria.

De uma forma magnifica a MÃE incorpora todos esses dons e muito mais, além de curiosamente ser também sensitiva, pois, muitas vezes adverte o filho sobre algo que está para acontecer com ele. O pior é que o filho nunca dá a devida atenção aquela advertência, e sofre as consequencias. Tudo que ela faz é sempre pensando no bem estar e segurança daquele que é sua razão de ser.

A MULHER MÃE recebe o dom da maternidade, em cujo ventre durante cerca de 270 dias, abriga e alimenta uma ou mais vidas entrelaçadas pelo amor. De quebra, Deus a premia com ilimitadas habilidades que não se vê no mortal comum e na hora certa desempenha magistralmente cada uma delas em benefício do seu rebento, sem descanso.

ILUSTRANDO:

- É cantora, e mesmo desafinada, suas canções de ninar acalmam o filho inquieto;

- Carregadora zelosa, enquanto sua preciosa carga assim o exigir, não importa o seu peso;

- Médica. É a primeira a medicá-lo com carinhosas palavras de conforto;

- Professora excelente que lhe transmite as primeiras lições da escola da vida;

- Historiadora. Para vê-lo adormecer, posta-se ao lado da rede, cama, ou berço e conta as mais belas histórias ou entoa uma canção de niná;

- É sábia. Para o filho infante é autoridade no que aconselha procurando desviá-lo das mazelas da vida no futuro e que ela já conhece muito bem.  “Palavra de Mãe”.

COMO se não bastasse, suas tarefas são desempenhadas em regime de vinte e quatro horas, desdobrando-se entre esposo, trabalho (às vezes externo) e os filhos, de quebra, muitas vezes os netos. 

Esta é a mãe que queremos ressaltar nesta postagem, mas não podemos esquecer a mãe adotiva, conhecida também como mãe do coração, a quem Deus privilegia com as mesmas possibilidades.

Por isto dizemos: PARABÉNS MAMÃES pelo dia dedicado à sua existência.

Finalizando, aqui presto também a minha homenagem póstuma a minha mãe que há dezoito anos partiu para o mundo maior. Tudo que sou, tudo que aprendi, devo ao seu devotamento a uma família de 13 filhos, na qual o Senhor me incluiu. Desde sua partida, sinceramente nunca a esqueci por um só dia. Sou-lhe eternamente grato por tudo. para mim, minha mãezinha é uma flor nos jardins benditos do Senhor e de lá continua me envolvendo com seu maternal amor. Vejo a maternidade como a mais Sublime e importante das missões femininas na terra.


Escrito por Vicente Almeida

Dedicado ao dia das Mães de 2021

domingo, 2 de maio de 2021

 EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA - Por Vicente Almeida


Devemos esclarecer que o título de cada matéria postada, seguida do termo "Por Fulano de Tal" Não significa que "fulano de tal" escreveu aquela postagem. Apenas informa quem postou, para efeito de localização via Google.

OS TEXTOS copiados para as páginas dos Blogs, deverão no final, ter o nome do autor, ou indicação de onde foram extraídos.

Quando se tratar de várias postagens o nome do autor deverá ser incluído logo na introdução, como em um livro.

Quando a matéria postada for de próprio punho, o autor poderá ao final escrever "Escrito por Fulano de Tal".

Se postarmos apenas com o titulo, isto irá dificultar demais as futuras pesquisas. É tudo uma questão de racionalização.

Vamos exemplificar: Se você digitar na linha de comando do Google:

Laboratório Sideral - Por Vicente Almeida

Terá um desfile de todas as postagens feitas por Vicente Almeida.

Se não adotar essa postura, nem suas próprias postagens serão localizadas facilmente.

Esse procedimento simplificará as busca através do Google, além de dar a Cezar o que é de Cezar, isto é: dar ao verdadeiro autor os créditos merecidos.

Se a postagem for matéria de domínio público ou autor for desconhecido, convém mencionar para não darmos a ideia de que estamos pirateando.

Fica ai a sugestão.

Escrito por Vicente Almeida

Em 02/05/2021

sábado, 1 de maio de 2021

CARTA ENIGMÁTICA 21 - Por Vicente Almeida



A missão do leitor é tentar decifrar esta Carta Enigmática.

Dica: "Ele foi chamado...". 

Fonte: "Almanaque Brasil"


Postado por Vicente Almeida
 

sexta-feira, 30 de abril de 2021

 FILOSOFANDO - Por Vicente Almeida

Não te envergonhes das rugas adquiridas na estrada da vida, elas revelam teu esforço na busca constante de dias melhores.

Não lamentes as dores, elas são as melhores conselheiras e sempre conduzem a profunda meditação.

Não lamentes os acidentes sofridos, evita-os antes que ocorram, eles, em parte, refletem a imprudência e possivelmente poderiam ter sido evitados.

Não reclames as deficiências físicas, nosso corpo é exatamente aquele que precisamos para realizar as tarefas do nosso programa de vida. Sim, todos têm uma missão a cumprir.

Tudo é opção. Em nossa caminhada vida a fora temos dois caminhos, o da luz e o das trevas, o sucesso da jornada depende da escolha.

Escrito por Vicente Almeida


quinta-feira, 29 de abril de 2021

PROSOPAGNOSIA - Por Vicente Almeida

VOCÊ ME CONHECE?



imaginou como é difícil viver sem reconhecer o rosto de alguém, e às vezes não identificar nem mesmo o seu rosto?

SE perguntar a uma pessoa normal como ela reconhece um rosto, provavelmente ouvirá ela dizer: “olhando para ele, é claro!”

MAS, há pessoas a quem você poderá fazer a mesma pergunta e a resposta será bem mais elaborada. Ela poderá dizer: “Eu vejo como a pessoa se mexe, reparo na voz, no cabelo, no sapato, procuro características marcantes ou simplesmente deixo-a falar um pouco de si, e ai identifico-a”.

OCORRE casos de pessoas que passam um bom tempo para reconhecer alguém. Comigo por exemplo: Não consigo memorizar o rosto de todas as pessoas com quem tenho contato. Quando encontro alguém na rua, levo alguns segundos para identificar a pessoa e as vezes nem consigo.

MUITA gente tem dificuldades em reconhecer alguém quando chegam e lhe apresentam dizendo: “Lembra de fulano?” e o interrogado fica angustiado, pois, não consegue lembrar-se daquele rosto. Mesmo já tendo se encontrado com ela em diversas ocasiões.

EM outras ocasiões, elas têm por vezes, dificuldades em imaginar como é a cara dos seus conhecidos, inclusive os parentes mais próximos que passam a maior parte do tempo ao seu lado, ou seja: sua família, basta que eles se ausentem por uns dias.

UMA das queixas mais freqüentes é a existência de problemas em acompanhar programas de televisão ou filmes, porque não conseguem seguir a identidade dos personagens.

DESCULPE-ME Caro leitor, mas se você integra esse grupo de indivíduos com dificuldade em reconhecer um rosto; Bem vindo ao mundo misterioso da PROSOPAGNOSIA, uma das deficiências de memorização mais bizarras que existem.

muitas pessoas que não perceberam ser portador desta disfunção até a idade adulta. Em cada portador ela pode se apresentar de uma forma diferente. Poderemos memorizar muitos rostos e esquecer outros.

EMBORA essa deficiência exista em muitas pessoas, somente foi identificada em 1944, durante a 2ª Guerra Mundial, quando durante um bombardeio russo, um soldado nazista foi ferido e alguns estilhaços de bomba atingiram sua cabeça, causando lesões cerebrais. Ele foi tratado pelo neurologista alemão Dr. Joachim Bodamer, que fez uma cirurgia para remover os estilhaços.

NO dia da alta hospitalar, e para avaliar o estado neurológico do soldado, o neurologista aplicou um teste simples: Convidou a esposa dele para vestir um uniforme de enfermeira e se juntar às enfermeiras de verdade. Aí pergunta a ele: “Percebe algo de diferente nessas mulheres?” O soldado disse que não. Ele simplesmente não reconheceu mais a esposa!

DOUTOR Bodamer fez inúmeros testes no soldado, que revelaram a normalidade de todas as atividades cerebrais, exceto pelo fato de não conseguir mais identificar rostos, mesmo os mais familiares.

DIANTE daquela perturbante constatação, o neurologista deu a esse estranhíssimo sintoma, o nome de PROSOPAGNOSIA: uma associação das palavras gregas prosopo (“rosto”) e agnosia (“desconhecido”).

O Dr. Bodamer não sabia, e só recentemente a ciência descobriu, é que a PROSOPAGNOSIA na maioria das pessoas, é de origem genética. Não precisa necessariamente que tenham sofrido traumatismo craniano, acidentes vasculares ou doenças degenerativas.

PELO que descobri a PROSOPAGNOSIA afeta todos os tipos de pessoas. Muita gente pode ser portador desta deficiência e não saber. Mas isto não é motivo para se jogar pela janela. Ela só atrapalha nos casos mais fortes, quando realmente destrói a capacidade de identificar rostos, trazendo transtornos para algumas atividades que exijam o reconhecimento facial, aí sim, muda totalmente a vida das pessoas.

OS estudos aprofundados na Alemanha revelaram um número surpreendente de portadores da PROSOPAGNOSIA:

EM 2006, o geneticista alemão Dr. Thomas Grüter, num estudo com 689 voluntários, selecionados de forma aleatória, diagnosticou 17 casos, o que dá uma média 2,5% da amostra. Baseado nesse estudo, concluiu que existem aproximadamente 2 milhões de pessoas com essa deficiência na Alemanha. Estudos revelaram que no Brasil há uns 4,7 milhões de indivíduos portadores dessa anormalidade. Parece um exagero para você? O neurocientista Dr. Brad Duchaine, da Universidade de Londres, chegou a um resultado parecido: de 1600 indivíduos testados, cerca de 2% tinham alguma dificuldade em reconhecer rostos.

DOUTOR Grüter diz que tentar entender a PROSOPAGNOSIA, pode ajudar a medicina a resolver doenças mais sérias, como Alzheimer, pois uma das conseqüências desse mal é justamente a PROSOPAGNOSIA. A diferença é que no portador de Alzheimer, a perda de memória se inicia com a enfermidade e é progressiva.

percebi ser portador desta deficiência, em 1988, quando a minha esposa passou uns tempos em Fortaleza, cuidando de nossas filhas que lá passaram a estudar. Fiquei sozinho no Crato, e todo final de semana ia visitá-las.

UMA vez, passei 15 dias sem vê-las, e para matar a saudade resolvi ocupar minha mente com elas. Ai tive a grande surpresa, percebi que mentalmente não via o seu rosto. Tentei por todos os meios lembrar-me de algum traço facial e não consegui.

AFLITO fiquei, e em nosso primeiro encontro lhe contei o fato, e ela surpreendentemente zombou de mim e me disse que eu queria era preencher a sua ausência com outra. Foram momentos alucinantes, até dramáticos para nós. Ela não acreditava em mim e eu não sabia como explicar. Mas concluímos que isto era um contra tempo que deveria ser resolvido depois.

CONTUDO, a partir daí, passei a perceber que não lembrava o rosto de muita gente, inclusive meus clientes. As pessoas que procurei: médicos e amigos, sempre mandavam tomar remédio para a memória e eu não me conformava com essa orientação, pois lembrava tudo, menos os rostos de algumas pessoas.

O fato não me assustou, mas passei a me observar melhor. Aceitei a situação procurando identificar alguém usando certos artifícios, como por exemplo: quando o interlocutor percebia que eu não o reconhecia dizia: Almeida você não está lembrado de mim? – eu exclamava: Não! Mas vá falando que o identificarei. E fazia isto sem vergonha e sem medo. Estava sendo sincero comigo e com ele. E deixei de me preocupar. Afinal de contas esquecer um rosto não era o fim do mundo. Mesmo assim, até hoje, tenho que dar explicações a muita gente do meu convívio para evitar constrangimentos.

APÓS algum tempo, a minha esposa retornou para casa. Encaminhamos domésticas para cuidarem de nossas filhas até a formatura. Mas, descobri que nem mesmo em casa conseguia lembrar seu rosto, quando não está na minha presença, coisa que nunca havia me preocupado nem percebido. E vou continuar sem me preocupar, agora ela sabe que eu não estava inventando.

QUANDO nos queixamos de não reconhecer um amigo ele nos manda tomar remédio para a memória. Mas, especificamente para este caso, ainda não há remédio.

O estudo sobre a PROSOPAGNOSIA é atualmente, ainda muito limitado no Brasil, e por isso há muitas questões que necessitam ser investigadas. Tão poucos médicos conhecem a condição, ou mesmo o termo, que se você for a um consultório e disser que esquece o rosto das pessoas, o médico poderá dizer que isto é normal. Algumas pessoas são ruins com números, outras com nomes, e assim vai. – Mas não é bem assim!

A má notícia é que não existe tratamento nem esperança de cura para a PROSOPAGNOSIA num futuro próximo. Neste caso, ao invés de um tratamento a base de medicamentos, procede-se a um treinamento para que o paciente descubra novas formas de reconhecimento de um rosto. A boa notícia é que, tirando os casos mais extremos, as pessoas com esse estranho problema (que não é uma doença), levam vidas relativamente normais.

NO meu caso, não tenho quaisquer dificuldades na minha vida empresarial nem matrimonial. Alguns rostos, memorizo, outros não!

PASSO esses dados adiante por que pode ser útil a alguém. A parte técnica e científica é bem mais elaborada e foge a compreensão da maioria pela infinidade de ilustrações e termos técnicos. Deixo, pois com os profissionais da área.

PESQUISANDO o manancial de informações já escrito sobre memória, descobri as origens e o nome da minha deficiência. Assimilei e hoje, convivo muito bem com ela. Afinal de contas ela está em mim, e a mim compete administrá-la sem medo de ser feliz.

... 33 anos se passaram após descobrir que não identificava todos os rostos como outros mortais. Até hoje nada mudou. tenho 76 anos e estou casado há 53 e enquanto escrevo, volto o pensamento para minha esposa e continuo não identificando seu rosto. ...Faço uma pergunta à ciência: Para amar alguém o primeiro passo é lembrar da pessoa amada e consequentemente do seu rosto e aí sentimos uma imensa alegria dessa memorização. Como é que não lembrando seu rosto, sinto a mesma atração por ela até hoje?

Escrito por Vicente Almeida

Texto revisado em 29/04/2021


terça-feira, 27 de abril de 2021

 NINGUEM ACHA QUE ENTROU NA FAIXA DO SUPÉRFLUO - Por Vicente Almeida


A medida do "ter" nunca enche.

Realmente...

É difícil ouvir alguém dizer: - “Tenho algo sobrando.” O verbo mais empregado é faltar.

Os outros podem achar que você tem demais.

Mas, para você, a visão é outra, sempre sentindo que falta algo mais para completar sua vida ou seu bem estar.

Ninguém acha que entrou na faixa do supérfluo.

Todos entendem que estão lutando pela sobrevivência.

Francisco de Assis tinha outra visão. “É dando que se recebe.” Hoje, os especialistas da ciência da mente entendem coisa semelhante.

Dar é uma atitude libertadora.

Deixa você sentindo que, através de sua pessoa, perpassa um fluxo de energia espiritualizante.

Você começa a sentir que não é só matéria. Que a felicidade dos outros passa por você e o deixa mais feliz.


Do livro "A Tempestade Acalmada"2005

Autor: Pe. Antônio Teodósio Nunes.

27/04/2021

domingo, 25 de abril de 2021


 

PAVÃO MISTERIOSO: - Por: Valdênia Almeida

 Moro numa chácara aqui no Crato, onde crio muita galinha caipira soltas no quintal.

Tenho seis filhos que moram na mesma chácara e são dez netos ao todo.

Certo dia apareceu no meu quintal um pavão maravilhoso que deixou o galo e as galinhas fazendo muitos co co ri cós de admiração ao fazer roda se exibindo para aquela plateia. Eu fiquei encantada com aquela visão e lamentei os meus netos não estarem em casa para ver o espetáculo. Eles moravam em São Paulo e nunca haviam visto um pavão.

No dia seguinte a mesma coisa, o pavão veio nos visitar, fez o seu show e os meus netos não viram, pois estavam mais uma vez no colégio, e assim foi a semana toda.

No sábado então pela manhã, estavam eles na maior algazarra jogando bola num campinho improvisado e eu na cozinha fazendo o almoço, quando de repente se fez um silêncio total e eu pensei: “Será que o pavão voltou”?

Daí a pouco entra na cozinha o Filipe de sete anos, meu neto mais corajoso e com ar preocupado, muito desconfiado, cruzando as mãos sobre o peito e fazendo girar os polegares passando um pelo outro, postou-se ao meu lado e falou: “Vóóó´, o teu frango chegou ali fora com um feixe de capim nas costas”.

E o pavão com o passar do tempo, ficou manso e encantava a todos com a sua dança até que um dia desapareceu misteriosamente e nunca mais voltou.

 

Valdênia Almeida

sábado, 7 de março de 2020

O QUE VOCÊ ALCANÇA, COMEÇA PELA IMAGINAÇÃO - Por Vicente Almeida

            Antigamente, já se disse que a imaginação é a louca da casa. Em alguns casos, isto pode acontecer. Mas, não é esta sua função.

            A imaginação é o caminho da criatividade. É por ela que acontecem as mudanças e transformações.

            Não é um elogio dizer que alguém é sem imaginação.

            Ela é o primeiro passo da mente, na elaboração daquilo que você quer alcançar. O inconsciente só começa a trabalhar em seu favor, quando você lhe mostra a imagem daquilo que você deseja.


            Por isto, só imagine coisas boas!

Do livro "A tempestade Acalmada"

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

SER FELIZ É UMA OPÇÃO PESSOAL - Por Vicente Almeida



MANTENHA SOMENTE AQUILO QUE TE FAZ FELIZ. DESCARTE O RESTO

Muitas coisas que no passado, eram importantes para você, hoje não são mais.

Faça uma revisão honesta. Aquilo que já não lhe ajuda, que não tem mais sentido, ponha fora.

Pode ser um objeto, uma crença, um relacionamento. Permaneça apenas com aquilo que te ajuda a dar sentido a tua vida.

Seu projeto principal na vida é ser feliz. Não é carregar uma cruz!

Cruz era objeto de ignomínia. Se Jesus dissesse que seus discípulos deviam carregar uma cruz, ele não arranjava o primeiro. O que ele disse foi "Se alguém quiser seguir-me, tome sua cruz e siga-me".

Você já parou para pensar em quanto tempo gasta armazenando coisas e informações inúteis? Que não servem para nada, que você jamais utilizará novamente? Ah serve sim, para atrapalhar seu bem-estar.

Mas, como dizia Antoine Lavoisier "Na Natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma", então o que não é útil para você é necessário para alguém certamente. Além de aliviar seu peso morto que carrega pela vida afora, ainda ajudará outras pessoas, resultando em benefícios pessoais e morais para ambos.

Pense Nisso!
 Escrito por Vicente Almeida
13/02/2018