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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A ORIGEM DA BÍBLIA - Por Vicente Almeida

AS LIÇÕES QUE O TEMPO NÃO APAGOU


A Bíblia é com certeza a maior obra de fé, história e literatura jamais escrita. Integra praticamente todas as bibliotecas do mundo inclusive as domésticas. É Repetidamente lida estudada, analisada, discutida e partilhada por cristãos de todas as idades. 

Até a invenção da gráfica por Gutenberg em 1451, era um livro extremamente raro e caro. Por ser manuscrito e artesanal, poucos tinham acesso. É o livro mais procurado do mundo, e até hoje, mais de 500 milhões de exemplares já foram comercializados.

É a palavra de Deus. Para nós é como um manual do fabricante, a diferença é que o manual do fabricante nos ajuda a conhecer um bem adquirido, e ela traça o caminho para nossa conduta moral, e nos ajuda em nossa identificação com o Criador. 

Uma análise cuidadosa revelou que ela foi escrita por uns 40 homens durante um período de 16 séculos (1.600 anos). Esses escritores não eram profissionais. Entre eles havia pelo menos: um pastor, pescador, cobrador de impostos, médico, fabricante de tendas, sacerdote, profeta ou rei. Seus escritos mencionam fatos e costumes que desconhecemos neste século XXI. 

Os livros têm uma variedade incomum de estilos, alguns são de fácil leitura, outros escapam a compreensão imediata. Temos no antigo Testamento, livros históricos - Genesis e Livro dos Reis; Coleção de Leis - Levítico; Poemas e cânticos; Narrativas romanceadas - Livro de Tobias; Coletânea de pensamentos - Provérbios; Um legítimo canto de amor - Cântico dos Cânticos; O maior e mais relevante poema sobre o sofrimento - Jó; As pregações e visões de profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros. 

O Novo Testamento é a biografia de Jesus Cristo narrada pelos evangelistas - Mateus, Marcos, Lucas e João; Os trabalhos desenvolvidos pelos seus seguidores - Atos dos Apóstolos; as Cartas e Epístolas Pastorais - Paulo, Pedro, João e Judas e finalmente a visão apocalíptica de João -Apocalipse.

A primeira Bíblia cristã, foi estabelecida pelo Concílio de Cartago III, em 397 tinha 76 livros, Mas 1200 anos depois, o Concílio de Trento no século XVI reduziu para 73 livros: 46 do Velho Testamento, escrito originalmente em hebraico e 27 do Novo Testamento, escrito originalmente em grego. 

No princípio era um grande emaranhado de documentos, difíceis de ser lido de modo satisfatório, por isso poucos se aventuravam em ler. Para facilitar sua leitura e localização de "citações" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 D.C. a dividiu em capítulos. No ano de 1551 D.C. o Sr. Robert Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma subdivisão, e agrupou os texto em versículos. Este formato permanece até hoje. 

O Antigo Testamento contém 1.074 capítulos com 27.767 versículos em seus 46 livros. O Novo Testamento, 260 capítulos com 7.893 versículos em 27 livros. 

Entretanto estes números não são exatos, variam de acordo com a data da edição. No decorrer dos tempos muitas traduções alteraram a quantidade de capítulos - desdobrando-os ou unificando e os versículos, muitos foram excluídos, unificados ou acrescentados. Por isto a formatação e a linguagem das Bíblias antigas diferem muito das atuais. 

Na verdade os textos bíblicos, que já foram traduzidos em mais de dois mil idiomas e dialetos perderam há muito sua originalidade. Cada tradutor assassinou um pouco o seu conteúdo, seja pela ausência de palavra similar no idioma traduzido, ou por que entendeu por bem alterar um pouco dando força ao seu ponto de vista. Nesse caso as traduções causam grande prejuízo, por que a essência da mensagem se perde. 

A Bíblia protestante possui 66 livros: 39 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. 

A Bíblia hebraica ou Judia possui apenas 24 livros, os mesmos usados pelos protestantes, todos do Antigo Testamento, entretanto a ordem é diferente e muitos livros foram reunidos em um só. A torá, principal parte da Bíblia é composta pelos cinco livros do Pentateuco. 

Durante muitos séculos ou milênios, as narrativas que hoje lemos, foram transmitidos oralmente de geração em geração. Consta que essas histórias foram reunidas em um só livro durante o reinado de Davi. 

Muitos livros e textos bíblicos não podem ser entendidos literalmente, isto é; tal qual está escrito. É próprio da alegoria que descreve um fato utilizando o simbolismo, para sinalizar a importância da descrição. 

Por exemplo: 

I - Josué mandou que o sol parasse no meio do céu e a lua em outro ponto para que ele vencesse uma batalha, e consta que o sol parou por espaço de um dia - Josué 10-12,13, Isto é simbólico, pois sabemos que de acordo com as leis que regem o cosmos, Sol, Lua e Terra não poderiam estacionar no firmamento nem por um segundo. Certamente houve a batalha travada por Josué, durante um fenômeno climático por ele conhecido, o que o levou à vitória, mas os historiadores orais a enfeitaram bastante. 

II – Jesus disse: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. Mateus (19-24) Jesus assim falou para dar força à importância de não se deixar corromper pela riqueza. Pois quando é obtida pelo fruto do trabalho honrado, é uma dádiva dos céus. 

O livro com maior conteúdo simbólico e alegórico é o Apocalipse. Na época em que foi escrito, o seu autor não poderia falar literalmente a respeito de suas visões, em virtude da acirrada perseguição ao cristianismo. Por isto escreveu utilizando a alegoria e o simbolismo de figuras mitológicas, como dragão de sete cabeças, besta de sete cabeças, 10 chifres e tudo o mais.

Para entender melhor as palavras: simbolismo e alegoria; vamos ver o que nos diz o “Aurélio – Século XXI”. 

I - Simbolismo é a expressão ou interpretação por meio de símbolos que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado. 

II – Alegoria é a exposição de um pensamento sob forma figurada é a ficção que representa uma coisa para dar ideia de outra, Sequência de metáforas que significam uma coisa nas palavras e outra no sentido. 

O presente texto é destinado a todas as religiões. Não pretendemos nos envolver com a interpretação ou discussão de conteúdo, isto compete a cada corrente. Limitamo-nos a apresentar um ligeiro ensaio do estudo das origens deste magnífico livro.
 
Omitimos deliberadamente detalhes prolixos que poderiam enriquecer o histórico, mas não modificariam o básico.

Escrito por Vicente Almeida
06/08/2012

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