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sábado, 19 de abril de 2014

A DIVINA COMÉDIA - Por Vicente Almeida

RECESSO

Mais uma vez suspenderemos por trinta dias, a publicação dos Cantos sobre o inferno, integrantes do Poema "A DIVINA COMÉDIA", de Dante Alighieri.

Esta decisão tem a finalidade de deixar o leitor mais à vontade para uma análise sobre o poema e seu autor. Assim será fácil entender sua mensagem contida neste decantado poema que tem atravessado séculos.

Aqui o autor estabelece um sofrimento especial e eterno para cada espécie de pecado cometido pela alma do pecador que, quando vivo desobedeceu as regras do amor fraterno entre os homens.

O sofrimento eterno descrito por Dante em seu poema foi assim fundamentando, por que na época em que viveu, a igreja já havia disseminado no mundo cristão a ideia da eternidade das penas sem possibilidade de remissão.

Sobre o autor de "A Divina Comédia"

Dante viveu em uma época turbulenta em que a igreja mostrava acintosamente seus tentáculos. Naqueles tempos, o poder da igreja era quase absoluto inclusive sobre reis e rainhas.

A igreja sempre decidiu suas crenças através de dogmas e impunha essa decisão a todos os que professavam o cristianismo, ao mesmo tempo em que tentava abolir da face da terra, pela força, o paganismo e outras formas de religião.
Dante Alighieri
Dante Alighieri nasceu em Florença, em 1º de junho de 1265 e morreu em Ravena a 13 ou 14 de setembro de 1321.

Foi escritor, poeta e político. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana. Disse Victor Hugo que o pensamento humano atinge em certos homens a sua completa intensidade, e cita Dante como um dos que "marcam os cem graus de gênio". E tal é a sua grandeza que a literatura ocidental está impregnada de sua poderosa influência, sendo extraordinário o verdadeiro culto que lhe dedica a consciência literária ocidental.

Foi muito mais do que literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, "La Divina Commedia" - A Divina Comédia.

O grande poema de Dante, que é uma das obras-primas da literatura universal e um dos pontos mais altos atingidos pelo espírito humano.

Essa obra foi originalmente intitulada "Commedia" e mais tarde foi rebatizada por Giovanni Boccaccio com o adjetivo "Divina".

A primeira edição que adicionou o novo título foi a do humanista veneziano Lodovicco Dolce, publicada em 1555 por Gabriele Giolito de Ferrari.

Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante pensador de sua época.

A "Divina Comédia" descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio, símbolo da razão humana, autor do poema épico "Eneida", através do Inferno e do Purgatório e, depois, no Paraíso, pela mão da sua amada Beatriz - símbolo da graça divina,com quem, presumem muitos autores, nunca tenha falado e, apenas visto, talvez, de uma a três vezes.

Os outros dois livros, o "Purgatório" e o "Paraíso", já exigem outra abordagem por parte do leitor: contêm subtilezas ao nível filosófico e teológico, metáforas dificilmente compreensíveis para a nossa época, requerendo alguma pesquisa e paciência.

O Purgatório é considerado, dos três livros, o mais lírico e humano. É interessante verificar que é, também, aquele onde aparecem mais poetas.

O Paraíso, o mais pesadamente teológico de todos, está repleto de visões místicas, raiando o êxtase, onde Dante tenta descrever aquilo que, confessa, é incapaz de exprimir - como acontece, aliás, com muitos textos místicos que fazem a história da literatura religiosa.

O poema apresenta-se, como "poema sagrado" o que demonstra que Dante leva muito a sério o lado teológico e, quiçá, profético, da sua obra.



A Comédia é o maior símbolo literário e síntese do pensamento medieval, vivenciado pelo autor. O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem - no Paraíso. Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens.

As crenças populares cristãs adaptaram muito do conceito de Dante sobre o inferno, o purgatório e o paraíso, como por exemplo o fato de que cada tipo de pecado merece uma punição distinta, no inferno, penas eternas, no purgatório penas temporárias e no paraíso a alma virtuosa sente e vive na presença de DEUS.
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Em trinta dias estaremos de volta com o Canto XXIII, quando Dante e Virgílio chegarão a vala dos hipócritas.
Vicente Almeida
19/04/2014

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