O dia 31 de Dezembro foi um dia de muitas expectativas. Permaneci o dia todo com um amigo em estado terminal. Sabíamos que não passaria de ontem. Diante dessa certeza, nada pois seria capaz de me afastar dele em sua transição para a eternidade dos tempos.
Abandonei tudo para ficar com ele em seus últimos instantes... E não me arrependo, sua lealdade comigo ultrapassou todos os limites.
O diagnóstico era por demais objetivo. O caso era irreversível, e eu, como amigo e companheiro de todos os momentos não poderia abandoná-lo.
Ele bem mais novo que eu, mas durante sua existência, se voltou para mim com as melhores intenções e solidário, mantive-me fiel e o acompanhei durante sua curta mais proveitosa existência. Muito me ajudou!
Credito-lhe parte do meu sucesso. Então nada mais justo do que estar com ele até sua partida para nunca mais.
Os médicos e cientistas astronômicos foram taxativos, ele sofrerá e resistirá, mas, expirará após soar as doze badaladas da meia noite, momento exato em que pediu fossem desligados todos os instrumentos que o mantinham vivo.
Mas estou feliz por haver permanecido ao seu lado até o último segundo. Comigo estavam muitos e muitos companheiros que, ao invés de chorarmos celebramos sua despedida como ele queria.
Vou sentir saudades suas e muitas. Não é fácil perder para sempre aquele que marcou sua passagem se oferecendo a todos para que tivéssemos os melhores momentos em nossas vidas.
A poeira dos séculos, não será capaz de apagá-lo da minha memória. Fui muito feliz ao seu lado. Eu não era seu único amigo. Ele fez-se amigo de muitos no mundo inteiro. A história confirmará.
Estou fazendo a minha parte ao registrar o fato.
Estou fazendo a minha parte ao registrar o fato.
O curioso é que não estou triste, mas, aliviado por saber que enquanto ele fazia tudo quanto podia para me tornar feliz, também sei que fiz o que me competia para merecer.
Jamais esquecerei esse amigo e grande companheiro de todas as horas. Sua passagem em minha vida permanecerá indelével na memória.
É, 2012 se foi e deixou uma montanha de boas lembranças. Recebamos 2013 com o mesmo carinho do seu antecessor.
É, 2012 se foi e deixou uma montanha de boas lembranças. Recebamos 2013 com o mesmo carinho do seu antecessor.
Texto: Vicente Almeida
01/01/2013
Vicente Almeida! como sempre você não me surpreendeu: continuas imbatível naquilo que faz tão bem, escrever.Parabéns! feliz Ano Novo!
ResponderExcluirTambém sentirei saudades de 2012 e ficarei muito feliz se em 2013 tiver a mesma felicidade e paz que tive no ano que passou.
ResponderExcluirValdênia Almeida
Fica sempre aquela busca pelo melhor mas confesso que gostei muito do amigo que partiu...ele deixou um vazio mas a vontade veemente de lutar por um novo tempo que venha esse novo amigo com a melhor das intenções e é para o novo que estendo a mão.
ResponderExcluirÉ...
ResponderExcluirFátima:
É por isto que digo:
2012 está indo pro passado eternamente;
Somente o teremos na memória;
2013 traz esperanças e desejo de seguir em frente
Embarco nele, com garra, amor e certeza da vitória.
Um grande abraço
Sempre tive admiração por certas datas e por certos números. O trinta e um de dezembro me estimula a fazer planos e a perpetuar o meu direito de sonhar. O número treze, apesar de
ResponderExcluirtemido por tantos, é um número muito querido por mim. Mas, o meu xodó recai sobre o onze de janeiro. Acho-o charmoso, imponente, saudável e um tanto quanto enigmático; mas me traz uma energia positiva, transcendental e verdadeira. Agora, pasmem: um onze de janeiro em 2013, realmente merece ser lembrado.
Logo cedo, ao me parabenizar, a minha mãe me reproduziu a magna data de seu primeiro parto. Pela manhã, foi visitar uma amiga que havia dado à luz, e teve, por gentileza, de dar banho no recém-nascido. À tarde, torrou um tacho de grãos de café, moeu-os em moinho manual e acomodou o pó em pequenas latas reutilizáveis. No crepúsculo vespertino, com as contrações uterinas em progressão, autoriza o meu pai a sair em busca da parteira. Antônia Cabeleira embrenha-se naquele ambiente doméstico fumando um cigarro confeccionado com fumo de rolo e palha de milho, e ordena a gestante a se preparar para o exame. Sem luvas, faz um toque vaginal e informa: - Está se aproximando a hora! – Vez por outra, lança jatos de saliva ao chão, porém sempre atenta às contrações uterinas. A bolsa se rompe em um dos toques vaginais. Talvez pelo contato direto da unha com a bolsa das águas. Todavia, o final do parto se torna longo, estressante e doloroso.
Às 22h30 nasce o pequeno José. Seria Domingos Sávio, não fosse pela falta de choro dos primeiros minutos de vida. A avó Raimunda, muito religiosa, impaciente, e temente a Deus, resolve realizar um batismo de emergência para o rebento não morrer pagão. – José, eu te batismo... Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Mais de cinco décadas depois, na mesma data, de plantão, realizo um parto bastante difícil. Criança com circular de cordão, braço na frente do ombro, peso avantajado e com placenta colada. Por sorte, foi realizado em hospital com todo aparato obstétrico e neonatal. Não houve batismo de emergência.
A volúpia de José Sávio, Zé Poivinha, Zé Sávio, Sávio Pinheiro e Dr. Sávio, comovida, agradece a gratidão e o carinho de tantos amigos, que ao longo dos dias e dos lugares por onde andou, se fizeram presentes em sua existência. Foi, e ainda o é, no contato diário da medicina, que a enfermidade e a saúde, a dor e a alegria, o medo e a esperança, misturam-se de forma homogênea para formar a verdadeira essência da vida. Que a gratidão e o respeito, e a amizade de todos vocês, que me enalteceram neste dia onze, continuem me dando a vigorosa energia para que eu possa continuar dançando, solenemente, a extrovertida valsa da nossa terrena passagem.
Muito obrigado, e um beijo no coração de todos,
Sávio Pinheiro
Vicente, achei lindo, não me contive e copiei para você com carinho. Abraço Fátima
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