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A FOTO ACIMA É A VISÃO QUE TEMOS DO NOSSO INCANSÁVEL PICA PAU, ABUNDANTE AQUI NA MATA DA NOSSA "VILA ENCANTADA".

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A ORÍGEM DO CALENDÁRIO - Por Vicente Almeida

COMO TUDO COMEÇOU

A palavra CALENDÁRIO vem do latim, calendas, e foi utilizada pelos romanos para indicar o primeiro dia do mês, o dia do pagamento das contas. O Calendário é um instrumento indispensável e usado por toda a humanidade. Sua origem remonta ao período Neolítico.

Neste pequeno ensaio de pesquisas na história, convido você a vir comigo e observar de perto as origens da contagem dos tempos, suas mudanças e adaptações.

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Ao longo dos milênios, a humanidade desenvolveu diversas formas de contar os dias e agrupá-los para seu melhor entendimento. O objetivo era prever as estações, determinar épocas ideais para plantio e colheitas, estabelecer quando deveriam ser comemorados feitos militares, ou atividades religiosas. Alguns desses calendários continuam em uso até hoje, como o Judeu e o Muçulmano.

Para medir os ciclos, os povos se valiam do comportamento dos maiores astros no firmamento, especialmente a lua e o sol, e às vezes as estrelas mais distantes visíveis em determinadas épocas. Entretanto, defrontava-se com dificuldades, pois o Ano Trópico, intervalo de tempo em que a Terra leva para completar seu trajeto orbital completo em torno do sol, corresponde a 365,242199 dias.

Como nos Calendários o ano é estabelecido em anos inteiros, surge uma diferença de 0,242199 dias em cada ano de 365 dias, que vai se acumulando ao longo do tempo, transformando-se em erro de dias inteiros. Para corrigi-los são incluídos de tempos em tempos, um dia extra no mês de fevereiro, e esse ano é chamado bissexto. Quando se trata do calendário judeu, acrescentam-se meses. 

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Venha comigo, quero lhe mostrar de perto a evolução do calendário. O Inventor Maluco, meu amigo e companheiro de viagens no tempo, nos convida para em sua fantástica nave do tempo fazermos uma excursão ao passado, afim de descobrirmos como tudo começou. 

LIGEIRA EXPLICAÇÃO 

Iniciaremos  nossa jornada regressiva até o início da civilização, para observar como, quando e por que a humanidade resolveu contar o tempo. Será um passeio rápido.

Passaremos de um milênio a outro, na velocidade do pensamento, mas, curiosamente, apesar da velocidade, não perderemos a coordenação compreensiva dos fatos que presenciaremos. Será como um filme cujas cenas se desenrolam em nossa frente sem que possamos interferir ou alterar. 

Os fatos ocorridos durante a existência das civilizações desaparecidas estão eternamente gravados no éter do firmamento, no espaço sideral, e nesta viagem fantástica que iremos empreender poderemos visualizar aquilo que está previsto no nosso programa de viagem ao passado da terra. 

Quando apontamos nossos telescópios para as estrelas distantes milhões ou bilhões de anos-luz, não veremos o seu presente mas o passado, e elas podem até já haver se desintegrado há muito tempo, antes mesmo da formação da terra. Surpreeendente não é?

É impossível viajar para o futuro, por que o futuro ainda não aconteceu. Ainda será escrito, e tudo vai dependerá da ocorrência de cada momento no infinito tempo.

Contudo, na terra, o conhecimento tecnológico já torna possível ao homem teorizar sobre a ocorrência de certos fenômenos aqui no planeta ou nas estelares, mas, tudo depende de uma serie de fatores que desconhecemos e poderão alterar as previsões. 

Sabemos que mesmo com toda a atual tecnologia, não é possível prever com precisão todos os fenômenos climáticos aqui na terra, exatamente por que dependem de fatores desconhecidos que interagem para o desfecho final. Vê a previsão de chuvas? Quantas vezes acertam? 

NOSSA VIAGEM COMEÇA AQUI 

Não vai doer, nem cansar. Serão apenas alguns minutos visitando civilizações perdidas na noite dos tempos. Vamos colher deliciosas informações, que certamente serão incorporadas ao nosso patrimônio cultural. 

ACIONAR COMANDOS E PARTIR 

É fantástico, sentimos como se não tivéssemos saído do lugar e já estamos no passado, a 13.000 anos. Agora partindo deste período vamos regressar com paradas em várias civilizações.

Chegamos ao período Neolítico, também conhecido como Idade da Pedra Polida, fase da pré-história que ocorreu entre 12.000 e 4.000 anos A.C.


As cenas estão se desdobrando em nossa frente em altíssima velocidade, entretanto compreendemos perfeitamente. Estamos observando grupamentos humanos em sua transição de nômades para sedentários, isto é, deixaram a vida migratória em busca de alimentos e se fixaram em determinadas regiões da terra. Notamos que essa evolução, determinou a substituição do Extrativismo -Atividade produtiva baseada na extração ou coleta de produtos naturais não cultivados, pela Agricultura - Arte de cultivar os campos o cultivo da terra, a lavoura.

Observamos que quando o homem se tornou sedentário sentiu necessidade de melhor avaliar as estações climáticas a fim de saber o melhor período para o plantio. O primeiro passo foi dispensar atenção ao ciclo periódico lunar. Estava assim foi estabelecido o primeiro Calendário mensal Lunar da história da humanidade. É precisamente desse período o primeiro calendário que se tem notícia, e foi gravado num osso há 13.000 anos em Le Placard, na França.

Deixando a pré-história para trás com seu período neolítico, e rompendo a barreira do tempo na velocidade do pensamento, nos dirigimos ao Egito, há 6.000 anos. No parágrafo seguinte, já estaremos lá! 

NÃO FALEI QUE NO PRÓXIMO PARÁGRAFO ESTARÍAMOS NO EGITO? CHEGAMOS!

É imensa a diferença cultural entre o povo do período neolítico, e a inteligência egípcia. Foi um avanço e tanto.

Os sábios egípcios, ao estudar os astros perceberam que o Calendário Lunar era incorreto, e elaboraram outro baseado na observação do sol. Foi o primeiro povo a adotar um calendário solar.

Assim, para determinar o tempo, utilizaram um ano com 12 meses de 30 dias, mais 5 dias adicionais, correspondentes ao aniversário de Osíris, Horus, Isis, Neftis e Set.

Isto foi possível porque podiam observar Sirius, a mais brilhante estrela do céu, ascender perpendicularmente ao sol da manhã uma vez por ano, precisamente na ocasião da cheia anual do Rio Nilo.

Naquele tempo a duração do ano era de 365 dias e 1/4, e não foi corrigido para compensar a diferença de 1/4 de dia, Nossos estudos posteriores constataram que em 238 A.C. fizeram a correção.Feitas as observações no Calendário Solar, no Egito, partimos para outras paragens. 

Quanto ao calendário lunar, ao passarmos por Atenas, Jerusalém e Babilônia, ficamos sabendo que um novo mês era anunciado quando ao anoitecer, a lua crescente surgia no céu, celebrada com tochas e fogueiras. Seguindo essa tradição até hoje, o dia começa ao por do sol para os judeus e não à meia noite. 

Estava ainda muito confuso os calendários solar e lunar, por que a passagem do tempo era medida de forma diferente. O mês lunar medido com precisão tem 29,53059 dias. Isto significa um ano de 354,36708 dias, menor, portanto, que o ano solar de 365,242199 dias.
  
Ficamos meio grogues com o formato do calendário judeu, com 12 meses lunares resultando em anos de 353, 354 ou 355 dias, por que inseria um mês extra antes do mês Nisan, em anos chamados embolísmicos - Acréscimo de tempo ao ano lunar para que ele coincida com o ano solar, o que resultava em 383, 384 ou 385 dias. Dessa forma, somente a cada 19 anos, o ano judeu corresponde ao solar.

Como já estamos nos aproximando da nossa era, faremos uma rápida turnê, por isto vamos pousar no ano 753 A.C. e daqui observar os ensaios do que seria no nosso atual calendário.

Aqui desta época estamos acompanhando os sábios se articulando em torno de como fazer com segurança a contagem dos dias e anos. Seus argumentos nos fazem entender que há uma lenda sobre o Calendário Romano. Dizem que foi criado por Rômulo, o fundador de Roma, no ano 753 A.C. ano da fundação de Roma. Esse calendário era lunar e compreendia 304 dias e tinha 10 meses: martius, aprilis, maius, junius, quintilis, sextilis, september, october, november e december.

Por volta de 700 A.C. o segundo Rei de Roma, Numa Pompílio, acrescentou dois meses ao início do Calendário, Januarius e Februarius, ampliando o ano para 355 dias. Isso fez com que os meses cujos nomes indicavam posição na seqüência do calendário perdessem o sentido original. Setembro, de sétimo, outubro, de oitavo, novembro, de novo e dezembro, de décimo.


Os dias do mês não eram identificados por números como hoje, mas divididos em três partes: calendas, nonas e idos. Daí a expressão idos de março, que corresponde a 15 de março. Calendas era o primeiro dia do mês romano. Dia de acerto de contas, dia de pagamento.

Como o calendário de 355 dias rapidamente se desalinhava das estações passaram a inserir meses para correção. Mesmo assim, foi acumulando desvio tão grande, que o imperador Júlio César, ao retornar do Egito, no ano 46 A.C. assessorado pelo astrônomo Sosígenes, e para unificar os diversos calendários dos povos conquistados, determinou sua reforma, utilizando os conhecimentos egípcios do calendário solar, surgindo assim o Calendário Juliano.

Naquele ano de 46 A.C. afim de promover a sincronização com o ano solar, o calendário é estendido para 445 dias com 15 meses e é conhecido como O ANO DA CONFUSÃO.


Decorridos os 445 dias do ano da confusão, o primeiro dia do mês de março passou a ser 1 janeiro e o total de dias foi aumentado de 355 para 365, com 1 dia extra adicionado a cada 4 anos. Esse dia adicional caia em fevereiro. Não no final desse mês, mas antes do sexto calendas (dias 25), chamado por isso de bissexto calendas. Em honra a césares, o senado romano mudou o nome do mês Quintilius para Julius (julho) e Sextilius para Augustus (agosto). O calendário Juliano nasceu, pois em 1° de janeiro de 45 a.C.


Durante os séculos seguintes, coexistiram três formas de nomear os dias do mês, a romana, com calendas, nonas e idos, a numérica, 1 a 28, 29, 30 ou 31 e a mais popular, atribuindo nomes de santos e de festas a cada um.

A Europa cristã, que sucedeu o Império Romano, adotou o calendário de Júlio César e no Concílio de Nicéia, em 325 D.C. determinou a data da Páscoa, o primeiro domingo depois da primeira lua cheia do equinócio da primavera.

Entretanto descobriu-se que a data para o equinócio era inexata, não só a Páscoa, como também várias importantes comemorações religiosas cristãs seriam celebradas em dia errado.
Na época do Concílio de Nicéia, em 325 D.C. o equinócio caia em 21 de março. Mas por volta de 1.500 D.C. havia sido trazido pelo calendário para 10 ou 11 de março, um escândalo, isto era inaceitável.

Em 24 de fevereiro de 1582, 1627 anos depois de proclamado o calendário de Júlio César, o papa Gregório XIII assina a bula que dá origem ao calendário gregoriano, de 365 dias, 5h 48m20s, em uso até hoje.

A ocasião do equinócio foi corrigida pela eliminação de 10 dias do ano anterior, retornando o evento para 20 de março. No calendário gregoriano, temos três anos de 365 dias seguidos por um de 366 dias, denominado bissexto.

Ficamos sabendo  que a cada 400 anos, três anos bissextos são suprimidos, sempre nos anos terminados em 00. De acordo com esta norma, o ano de 1600 e 2000, foram bissextos enquanto que os anos de 1700, 1800 e 1900 foram normais.

O sistema foi Imediatamente aceito nos países católicos, entretanto só foi aceito pela Grã-Bretanha e colônias, em 1752, Japão em 1873, Rússia em 1923 e pela China em 1949.

Algumas nações que adotavam o calendário Juliano, mantinham a comemoração do ano novo em 25 de março, estendendo a festividade até o dia 1º de abril. Entre elas, a Inglaterra e a França.

Com a adoção do Calendário Gregoriano, o ano novo passou oficialmente para 1° de janeiro. Como os menos avisados continuassem a festejá-lo segundo o costume antigo, o dia 1° de abril ficou conhecido como o "dia dos tolos" - ou o "dia da MENTIRA".

Aprimorado e agora quase universal, nosso calendário ainda traz erro em relação ao ano solar verdadeiro, de 25,96768 segundos por ano. Isso significa que em 4.909 D.C. estaremos adiantados um dia inteiro. 

Por volta de 622 D.C. houve uma reviravolta no calendário islâmico determinado por Maomé, e o ano foi considerado como iniciado com a Hégira - Isto é; com sua Fuga de Meca para Medina em 16/07/622. 

O calendário islâmico é lunar, contém 12 meses de 29 ou 30 dias. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela primeira vez após o por do sol. O seu ano lunar tem 354 ou 355 dias. Desta forma, as datas festivas em nada coincidem com nosso calendário por ter 11 dias a menos. O ano em 2012 corresponde ao ano 1433 dos muçulmanos. 

Em relação ao calendário israelita, o ano de 2012 corresponde ao ano 5772, cuja contagem teria iníciado na criação do homem. 

E foi isto que vimos e aprendemos sobre o calendário, em nossa viagem ao passado. Já retornamos e o Inventor Maluco está pousando sua nave superaquecida. Agora só temos a lhe agradecer e nos despedirmos. 

Quanto tempo demoramos para percorrer treze milênios de história? Uns 15 minutos não foi? Caso você pergunte se fomos vistos lá no passado, a resposta é não. É possivel vermos tudo, mas os antigos não podem nos ver por que para eles ainda não existimos - Teoria nossa.

Mas agora, se você nos acompanhou até aqui, certamente está surpreso e afinado, por receber informações que nunca lhe foram repassadas nem mesmo nos bancos escolares. Tenha a certeza de que tudo aqui narrado está realmente gravado nos anais da história. É só pesquisar. A simbólica viagem no tempo, foi a forma que julgamos melhor para atraí-lo à leitura de tão longo texto.

Escrito por Vicente Almeida
03/08/2012

Um comentário:

  1. É...

    Antes de existir o calendário, os cálculos rudimentares nos forneciam uma vaga ideia da distancia entre a ocorrência de um fato e a data em que o mesmo era estudado.

    Ao invés de citar dia, mês ou ano falava-se: Há tantas gerações passadas, ou há tantas luas, ou ainda a tantos invernos, para dar uma ideia de quanto tempo já havia transcorrido até aquele momento.

    Mesmo com a existência do calendário, os cálculos ainda são bastante vagos quando tratamos de milhões ou bilhões de anos. Essas informações não expressam a verdade do tempo transcorrido.

    É curioso! Quando tratamos da existência do planeta terra dizemos que ele possui quatro e meio bilhões de anos considerando o nosso atual calendário, mas, nunca mencionamos quanto tempo ele levou para se tornar um planeta.

    Acreditamos que para o planeta terra se formar a partir de partículas ou fragmentos espaciais transcorreram bem mais de cinco bilhões de anos.

    Seria negativo dizer que a terra tem dez bilhões de anos ou mais a partir do início de sua formação como planeta?

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